O Reino de Abomei (Daomé)

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Em l727, um senhor africano, Adadja (l708-l732), lançou suas tropas sobre o reino escravizador de Savi, no atual Benin. Com sua vitória, consolidava um dos principais estados escravizadores que a costa do golfo da Guiné conheceu. Seu sucessor, Tegbesu, ampliou estas conquistas apropriando-se do importante centro escravista africano de Ouidah, em l747. Ouidah era nestas épocas um grande fornecedor de escravos, principalmente para a região nordeste do Brasil.

Com a perda, os holandeses, em 1637, do histórico castelo de São-João-da-Mina, o conselho ultramarino ordenara a construção de uma nova fortaleza, São João Batista de Ajuda, em território mais oriental. As obras foram iniciadas em l680, perto da aldeia africana de Gregué, nas proximidades de Ouidah. Nas imediações, encontravam-se dois outros fortes, o de São Luís

(l6l7-l797), francês e de Cabo Corso (l671-l807), inglês, ambos importantes centro negreiros. Só pelo forte de Cabo Corso passaram, por ano, até l700, em torno de l5 mil africanos escravizados.

O reino de Abomei a l50 km da costa, foi fundado, no início do século XVII, por Aklim. Até o fim do século XVIII, o pequeno Estado controlava apenas uma centena de quilômetros quadrado em torno de Abomei-Bohican. Ao contrário do reino de Oio, Abomei foi um estado fortemente centralizado, o que permitiu aos habitantes do reino resistir à escravização, e a seguir, tornaram-se, cúpidos escravizadores. Abomei nasceu intimamente ligado do tráfico negreiro. Apossou-se do reino de Alada, l724, de Savi em l727, do reino de Ofra em l734. Tagbesu, sucessor do Agadja IV, conquistou em l747 o reino de Ouidah. Abomei tornou-se assim um dos principais centros negreiros da região. O Reino possuía um poderoso exército armado de fuzis e um aguerrido destacamento de amazonas. O reino de Abomei tentou monopolizar o comercio de escravos, enviou ao Brasil três delegações, l750, l795 e l805, propondo que o reino tornasse exclusivo no envio de cativos de Guiné para a Bahia. Abomei entrou em guerra com o reino de Oio não venceu e a paz foi selada com Abomei pagando tributos ao reino de Oio. Fim do comércio de escravos, Abomei passou explorar seu cativos na agricultura e manteve durante anos essa atividade, para garantir o comércio com a Europa.

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