A
cidade histórica de Oio teria sido
fundada nos inícios do século
XIII. Até o século XV, Oio
foi apenas uma cidade-estado ioruba entre
muitas outras. Chegou até mesmo ser
dominada, por algum tempo pelo Nupes. Oio
separada das costas do golfo de Guiné
pela grande floresta, localizava-se no centro
dos territórios que se convencionou
chamarem de Iorubalândia. Quando ela
completou sua expansão territorial,
seu poder abarcava regiões que iam
do vale do Níger até as atuais
fronteiras de Benin.
Estes territórios constituíam
o coração do Estado de Oio.
A expansão Ioruba rumo ao oeste assumiu
importância relevante.
Necessitando
de uma passagem para o mar, a fim de escoar
seus cativos, Oio impôs, na metade
do século XVII, sua autoridade sobre
diversos pequenos estados da costa marítima
do atual Benin: Savi, Jaquin, Porto-Novo,
etc. Estes pequenos estados, com significativo
destaque no comércio negreiro, foram
continuamente disputados por outros estados
escravizadores.
O Poderio
de Oio devia-se a sua grande força
militar. A Aristocracia guerreira ioruba
possuía o monopólio das armas
e da cavalaria. No apogeu do reino ela dedicava-se
principalmente à caça de cativos.
O Poder ioruba se encontrava nas mãos
do Alafin, que tinha sua autoridade restringida
por um conselho (ogboni) de dignitários
(oio missi). O ogboni votava a guerra e
a paz, supervisionava a justiça,
o comércio, a grande obra, elegia
ou destituía o Alafin, e neste caso,
impunha-lhe o suicídio. Oio, quando
o desenvolvimento do tráfico negreiro,
reorientou suas atividades e passou a priorizar
o tráfico negreiro, atividades agrícolas
e artesanais decresceram. A Aristocracia
militar organizou um exército profissional
que se dedicava à caça e a
captura de cativos. Os conflitos começaram
a surgir entre os poderes do reino ioruba,
conflitos também entre camponeses
e a aristocracia. Na segunda metade do século
XVIII, negreiros da costa do atual Benin
controlavam o comércio escravista
da região. No início do século
seguinte havia decaído muito o poder
de Oio. Cidades ficaram independes do poder
do Alafin e o reino deixou de existir. Enquanto
o reino decaia, os territórios iorubas
passaram a ser cobiçados, passaram
de desapiedados caçadores a cativos.
Nesta época registra uma grande entrada
de iorubas no Brasil, fins do século
XVIII e início do XIX. Efetivamente,
os emirados sudano-nigerianos surgidos com
a ofensiva muçulmana de Osman Dan
Fódio pressionavam os territórios
centrais do Estado de Oio.
Tentando defendê-los,
o Alafin era obrigado a desproteger as regiões
periféricas do reino. Estados escravizadores
ocidentais aproveitaram da situação
e lançaram-se sobre os diversos povos
do reino (egba, egbabo, sabe, eketu, etc.),
que foram escravizados e embarcados para
as Américas nos portos de Ouidah,
Cotonu e outros.
Os primeiros
iorubas chegados ao Brasil eram de origem
das províncias ocidentais mais distantes,
no sul e no centro do atual Benin. Pertenciam
fundamentalmente ao grupo Nagô ou
Nagonu. Estes povos se teriam estabelecido
no atual Benin por volta do século
XVI. O povo Fon costumava designar por nagôs
estes e todos os povos iorubas. A administração
francesa e, através dela, as portuguesas
persistiram na incorreção.
Devido a isto, os iorubas chegados ao Brasil
foram conhecidos, nos séculos XVIII
e XIX, como nagôs.
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