Songai foi o último grande estado mercantil-tributário do Sudão Ocidental. Com ele interrompeu-se o processo de ascendente das civilizações negras na região. O Reino Gao alcançou invulgar poder e riqueza antes de se dissolver as condições que haviam dado origem ao importante movimento civilizatório. As origens do Império Songai, como o reino de Ghana e de Mali, são praticamente desconhecidas. Sabemos de populações songais vivendo em regiões do Kukia (afluente do Níger), divididas em dois grandes grupos: os sorkos, pescadores, e os gous, caçadores.
Segundo a tradição oral, estas populações eram governadas por um chefe-sacerdote (kanta) e o povo era tiranizado por um peixe monstruoso. Um estrangeiro chegado do Iêmen matou o animal e fundou a dinastia Dia, que passou a controlar o pequeno reino.
O décimo-quinto Dia teria se convertido ao islamismo, sob a influência dos comerciantes muçulmanos de Gao e transferido para esta cidade a capital do reino. Gao, nesta época, despontava como centro mercantil e enriquecia-se devido à crescente importância das rotas comerciais saarianas do oriente. Como no caso de Ghana, o senhor africano e sua gente não viviam em Gao, que era reservada aos comerciantes islamizados. Habitava uma aglomeração urbana próxima àquela cidade. Os pescadores songais controlavam o comércio fluvial do Níger, principalmente o do valioso sal.
O reino de Songai foi conquistado por Mali, na Segunda metade do século XIII. Seus príncipes reais tiveram que deixar suas terra para servirem, como oficiais, nos exércitos de Mali. Um príncipe Songai, entretanto, voltou fugido para sua gente e libertou pequena parcela dos territórios songais. Gao e a ex-capital política do reino continuaram nas mãos de Mali. Este senhor rebelde tomou o título de Soni e fundou uma nova dinastia. Com a decadência do império mandinga, os sonis começaram a crescer em poderio. Na Segunda metade do século XV, um soni, Ali, O Grande, derrotou o império Mali e fundou o mais importante império comercial-tributário do Sudão ocidental. Este senhor mostrou-se um grande general e estadista. Depois de
estender os territórios nacionais com brilhantes campanhas militares, administrou o império através de governadores, construiu canais de irrigação e formou uma importante flotilha no Níger, entre outras realizações.
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