São pouco conhecidas as origens das cidades-estado de hauças. Possivelmente existiram, durante os séculos XVI e XVII, documentos relativos há este tempo, escrito em árabe, a revolução islâmica de Osman dan fódio, sem dúvida encarregou de destruir.
Procurava-se destruir dados do passado infiel dos hauças e das antigas linhagens dominantes. A tradição oral refere-se a uma cidade-mãe, Daúra, que teria dado origem às “sete cidades históricas”: Kano, Zaira, Gobir, Katsena, Rano, Biran e Daúra, teriam surgido no século XI. No início era apenas uma simples cheferia. Com os anos, os hauças teriam ocupado parcelas da região, dando origem à expansão que levou às diversas cidades-estado independentes registradas pela história. Esta radiação cultural atingiu os próprios reinos iorubas, muito influenciados pela civilização hauça. A organização social de hauça era profundamente urbanizada e particular, nela morava a nobreza, o letrados islamizados, os artesãos e alcançou grande importância econômica. Em contato com o Sudão ocidental as pequenas cheferias hauças evoluíram até a situação de cidades-estado. Kano já praticava o escambo da cola guineense com o sal dos mercadores do deserto, foram os próprios mercadores e missionários mandingas que introduziram na hauçalândia o islamismo, se bem que ele ficasse restrito à aristocracia.
Os artesãos continuaram praticando os cultos africanos, os camponeses exerciam às antigas crenças africanas mais ligadas ao cultivo da terra.
O Apogeu da civilização hauça ocorreu nos tempos do império Songai e, sobretudo, com sua decadência.
As relações entre o Sudão ocidental e a Central nem sempre foram pacíficas. As cidades-estado da Hauçalândia eram presas cobiçadas. O Áskia Mohammed, por exemplo, combateu diversas cidades-estado visando impor-lhe tributos. Os refinados produtos da civilização hauçá eram muito apreciados, somente a definitiva partilha da África entre as potências colônias pois a fim à atividade comercial.
O expansionismo europeu também foi sentido na civilização hauça, a crise dos impérios comerciais, o retrocesso mercantil islâmico e a emergência do tráfico negreiro como essencial atividade mercantil levaram, nos fins do Século XVIII, a sociedade hauça a uma profunda crise econômica e social. A Aristocracia dos Sarkis procurou resolver suas dificuldades aumentando a pressão que exercia sobre a população plebéia e ligando-se mais intimamente ao comércio negreiro colonial.
Começava assim, um período de conflitos, crises e disputas dinásticas, de revolta nas províncias e de inquietação generalizada. Foi ai que aconteceu um dos períodos mais intenso momento de suas história: A revolução de Osman dan Fódio.
O Estado hauças não foram jamais formações guerreiras. Eles viviam
voltados para a produção artesanal e para o comércio, que fazia deles um destaque comercial na época. Os hauças tinham seus bairros estrangeiros, mestiços com a população Songai, com os tuaregues e peuls. Os peuls surgem na história do Sudão como um povo de pastores animistas de pouco expressão econômica, depois com o mercantilismo, enriqueceu-se.
Osman Dan Fódio nasceu em Gobir, no seio de uma família de letrados peuls originários do Senegal, no ano de l754. Eram em parte animistas e em parte muçulmanos. Osman estudou com fervor, no estrangeiro, os preceitos religiosos do Islamismo. Voltou mais tarde em sua terra para desmentir o ditado que diz que ninguém é profeta e sua terra: foi reconhecido como homem santo e culto. Diversos Peuls e hauçás começaram a procurá-lo para seguir suas lições. Em 1804, Osman foi obrigado a fugir devido à ameaça de prisão feita pelo sarkis de seu distrito. É bom lembrar que o poder islâmico e o poder político caminham juntos. Osman era contra a pobreza, destratos dos cativos, ia contra a escravidão dos crentes, pregava um islã verdadeiro...
Consolidou um movimento renovador e seus seguidores arrasaram a antiga aristocracia hauça e a substituiu por uma nova, de origem peul, que conservou a organização social e reorganizou as cidades-estado em emirados e sultanados. O Movimento islâmico teve vitória total em l811 com suas tropas. Um jovem irmão de Osman ficou responsável pela parte ocidental do novo reino. Osman desde l809 abandonara a política e dedicou-se à religião. O reino cresceu, envolveu os reinos de Nupe, Oio, etc., foi ai que o reino de Oio encontrou seu fim, foram embarcados os primeiros, do centro do país ioruba, para servirem como escravos nas Américas.
Os seguidores de Osman esqueceram que eram contra a escravidão e declaram guerra santa aos hauças não islâmicos. Fugindo disso muitos se converteram ao Islamismo até sem vontade.
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