O
tráfico negreiro moçambicano
em direção ao Brasil, pouco
ativo nos primeiros tempos devido à
distância das costas orientais da
África dos portos brasileiros, um
tumbeiro podia levar dois meses nesta travessia.
Em l8l5 a Inglaterra impôs a Portugal
a proibição do trafico negreiro
ao norte do equador, ai Moçambique
teve uma importância maior neste nefasto
comércio.
A nacionalidade
moçambicana de milhares de cativos
transportados para as Américas não
deve motivar falsas interpretações.
Estes
africanos, geralmente “exportados”
através da ilha de Moçambique,
dela tomavam o sobrenome, eram trazidos
dos mais diversos pontos da África
Centro-Oriental e Meridional. A ilha de
Moçambique, no extremo norte dos
atuais territórios da República
Popular de Moçambique, era então
a capital dos estabelecimentos da África
Oriental. As regiões eram diversas,
Quizungo, das fronteiras às ilhas
de Angoche, da Ilha e costa Zanzibar, e
Quiloa, Mambaça, Melinde e até
do Cabo de Guardafui.
Portanto, sob uma denominação
que lembrava o porto em que haviam sido
embarcados (Moçambique), foram introduzidos
nas Américas milhares de africanos
originários de distintos pontos e
culturas da África Meridional e Centro-Oriental.
Algumas destas civilizações
tinham alcançado alto grau de desenvolvimento
quando foram tomadas pelo deslocamento do
advento escravista.
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